domingo, 20 de julho de 2008

Andando pela rua que não tinha fim
não acabava
[porque havia sido um parto muito grande sair do estado de letargia
e atravessar toda a cidade]
eu pensava muito nos anos 90
e como a onda do momento é tipo
a mesma
e eu párei lá
acho que todo mundo com um pouco mais de 20 anos ainda está lá
de alguma forma
eu andava e ia pensando num videoclipe do talking heads
que eu acabeid e ver pela primeira vez
porque nos anos 90 eu dormia, pra um monte de coisas
e eu saí de um sono.sonho
pra entrar no outro, saca?
eu saí do sono pra bolha
e da bolha pro sono
e assim continuamente
assim como as pessoas reaparecem das cinzas nessa cidade irritantemente quente
e outras pessoas que deveriam sumir desaparecer completamente simplesmente estão aqui o tempo todo
qualquer dia desses encontrarei as cerejinhas do sundae do udi-grudi valadarense sentado no reni celebrando a cultura indie e discutindo allen ginsberg
[é melhor comer filé a dois do que passar fome]
enfim, eu sempre receio esbarrar com algum morto.vivo,
as crianças cresceram
eu acho os meninos da rua 22 gracinhas, será que eles ja têm cabelo no saco?

eu acho que a bolha ain´t a bad place to be, eu não pretendo sair dela, assim como não pretendo acreditar que o estado de letargia atingido em um dia qualquer no bar do dylan seja algo permanentemente durável
bens de consumo não duráveis
educados na maneira KIDS de ser, lá por volta de 1995
enfim
bens de consumo
assim como sou também e tudo mais

os anos noventa também acabaram com a minha fé nop mistério

enfim
e tenho pensado em milhões de coisas e vendo tudo copm um certo olhar etnográfico demais pra quem se julga tão bairrista
eu aprendi também
que pavement é um som bom pra qualquer momento.

2 comentários:

Erick Macau disse...

nostalgia, desilusão, memórias, friez.Bom poema!
abraços libertários

um cara legal... disse...

nostalgia anos 90 rules!